september/setembro/septembre 2013 © JHACK
A marca inglesa The Icecreamists parece levar a sério a sua devisa. Na loja situada em Covent Garden, um dos bairros excêntricos de Londres, nada de fazer propaganda para vender sorvetes de chocolate, baunilha ou morango. Aqui o lema é inovação.
E a loja londrina conseguiu propor algo realmente inusitado: um sorvete feito com leite materno. A novidade recebida por muitos como repugnante, atraiu mesmo assim uma grande clientela. Os jornais do mundo inteiro também comentaram sobre o tal sorvete “bebê gaga”, assim batizado em homenagem a musa atual do pop.
Sucesso garantido para a marca, mas a vigilância sanitária inglesa resolveu rapidamente por fim nessa historia. Afinal, toda inovação tem seus limites.
O que não se sabe ainda é se a moda vai pegar. Quem sabe logo teremos nas prateleiras dos supermercados queijo materno “para pequenos e grandes” ou ainda o “verdadeiro iogurte da mamãe”.
Mas o que se sabe, é que ainda não estamos em falta do leite de vacas, cabras ou ovelhas.
Também não estamos em falta de produtos naturais. Pimentas, condimentos, frutas variadas que sugerem as combinações mais diferentes não chegam a ser difíceis de se encontrar.
Parece que o que está mesmo em falta, ao menos para alguns, é a verdadeira criatividade.
Já falamos aqui do mercado internacional de Rungis, situado próximo à capital francesa. Mas antes de existir Rungis, existia os Halles de Paris, um grande mercado bem no centro da cidade.
A história do mercado de Paris começa no século XII, quando uma feira alimentar é criada no atual segundo arrondissement (bairro). Aos poucos o mercado ganha forma, as peixarias se instalam, o rei François I se implica na reforma do local (que durará cerca de 30 anos). O mercado é o verdadeiro centro de abastecimento de Paris e por isso de grande importância no projeto político do país. Mas foi depois da revolução francesa e no governo de Napoleão, que o local começa a ser repensado. No século XIX, 10 pavilhões com armação em ferro e paredes de vidro são construídos no intuito de melhorar a organização e limpeza do mercado.
Oito séculos mais tarde, em 1962 o governo resolve definitivamente mudar o mercado de local, problemas de abastecimento, transporte e de higiene contribuem para essa decisão.
O encerramento definitivo do mercado em 1969 deixa um vazio no centro de Paris. Protestos e petições não são suficientes para mudar a decisão. Os parisienses órfãos do grande mercado terão que mudar seus hábitos e virar uma página da história da capital.
Quando se fala em restaurante japonês logo se pensa em sushi e sashimi, o que na verdade é muito restritivo. A culinária japonesa é uma das mais ricas, saborosas e saudáveis, capaz de fazer muito velhinho passar dos 100 anos de idade.
No ocidente ainda estamos a descobrir estas tais riquezas, mas depois da abertura do Fufu em Bordeaux, damos mais um passo nessa caminhada. Nesse restaurante minúsculo somos transportados direto para um outro ambiente, mais “quente” (não só por causa das woks no fogo!), cosmopolita, intimista, onde os clientes se apertam no longo balcão logo em frente aos cozinheiros. O vai e vem dos fregueses e da atendente que faz os pedidos em japonês para seus colegas, que repetem em voz alta para confirmar, dão vida ao local.
Nesse “bar a noodle”, são servidos pratos rápidos e caprichados, com preço acessível, entre 5 e 10 €. Como se pode imaginar, nada de sushis, mas deliciosos ramen, sopa com massa e vários outros ingredientes, dependendo do tipo escolhido. Pode ser gengibre, bambu, algas, carne, gergelim… Os do Fufu são mesmo uma delícia e a porção é mais que generosa.
O noodle bar, que faz parte da cultura gastronômica do Japão, ainda é novidade por aqui. Mas se depender da aceitação do público de Bordeaux, que está sempre na fila do take away ou esperando um lugar se liberar dentro do restaurante, o conceito também tem tudo para se difundir. Vida longa ao Fufu!
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37, Rue Saint Rémi, Bordeaux, França.