Não, o supermercado do futuro não é o mais moderno do mundo, não, ele não é invenção de algum americano, não, ele não vende a comida em cápsulas. Ele simplesmente vende comida boa, de qualidade e num ambiente bem diferente dos grandes hipermercados dos grandes grupos mundias.
No Eataly de Turim (parceiro do Salone del Gusto de Slow Food) pude visitar uma loja agradável, construída com um grande pé direito e grandes janelas, com uma decoração que imitava as ruas do centro histórico da cidade. Nada de prateleiras repletas dos mesmos produtos enlatados em um ambiente sufocante, iluminado com neon e um vendedor gritando no alto-falante.
Além dos produtos e matérias primas de qualidade superior, locais, frutos do comércio justo ou orgânicos, podemos escolher frutas e verduras dispostas no centro como em stands das feiras tradicionais. Também encontramos um café, restaurante que serve pequenas refeições e torna o lugar ainda mais agradável com suas mesas distribuídas em meio aos produtos.
Sim, sim, caí no charme dessa loja. O marketing é bom, mas por trás há uma verdadeira proposta de educação do gosto (com cursos e degustações), uma filosofia que valoriza produtores e consumadores.
Além disso tudo, acho uma boa podermos variar os nossos centros de compras e escolher produtos diferentes, nem sempre disponíveis nas feiras. Poder ir à um supermercado como este, muda tudo.
Para quando a generalização desses supermercados que não se parecem com caixas metálicas artificiais e frias e que valorizam realmente o seu conteúdo?
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Eataly em Turim, Bolonha, Milão… e também no Japão e Estados-Unidos.